- O pais dos corruptos e dos jornaleiros

Há cerca de 5 dias estava a ver as noticias num dos canais das telenovelas, e aconteceu qualquer coisa inédita: Durante 18 minutos apenas passaram noticias sobre figuras conhecidas presas ou indiciadas por corrupção.
Noticias seguidas. Acabava uma e começava outra.
18 minutos sem intervalo de 15 minutos como é habito.
E enquanto o apito não faz vitimas, quem vai dentro são os do costume: Dirigentes ou ex-dirigentes do Benfica.
Desta vez calhou a vez ao Vale e Azevedo, que errou na profissão: Em vez de dirigente benfiquista devia ter sido politico para ainda hoje andar ca fora a rir-se de nós todos.
Quem se está a defender bem é o governo que inviabiliza toda e qualquer iniciativa de investigação sobre a corrupção na politica, mesmo que vinda de gente supostamente da sua côr. Para o futebol vão buscar a super-mulher que se alimenta de espinafres ao pequeno almoço, mas para investigar os politicos a coisa pia mais fino.
Não há supers disponiveis para investigar. A bem dizer não há ninguem.
Convem não mexer muito para não levantar muita poeira.
E a comunicação social continua calada e a servir a voz do dono.
Alguem se lembra das noticias (mais tarde reveladas falsas) sobre um ministro de Cavaco que teria ficado a dever a SISA por esquecimento, e se acabou por demitir?
Mas a escola onde estes senhores andaram tem destas coisas: Servem sempre bem o dono, e sempre o dono certo.
Lembram-se dos termos usados por eles sobre a tal ditadura da maioria, como se ter maioria por votação popular fosse crime?
Alguem lhes ouve falar agora em ditadura de maioria?
Há tempos andaram e meter-nos medo com o acuçar que segundo eles fazia mal á saude e ás caries dos portugueses.
Tiveram até a preocupação de ir buscar estatisticas onde se mostrava que os portugueses eram os europeus com maior taxa de incidencia de carie por 1000 habitantes,
Só fez mal durante pouco tempo porque nem 2 meses depois já o acucar fazia bem, assim que os lobbies protestaram pelas noticias alarmistas publicadas, e que retrairam os consumidores numa altura em que o sector não andava a viver dias de folga.
Algum tempo depois foi com o azeite. Primeiro fazia mal ao coração, mas afinal já fazia bem a seguir.
Passou até a ser a melhor gordura para este orgão.
Quase que recomendaram a ingestão do azeite com uma palhinha.
Agora o filme repete-se mas desta vez muito mais sofisticado: Numa altura em que surgem estatisticas que revelam que os portugueses casam cada vez menos, o anuncio aí está em forma de estudo americano: O casamento faz bem á saude.
Exacto, leu bem! Faz bem á saude.
Esqueceram-se foi de explicar se faz bem ao estomago ou aos calos nos pés.